terça-feira, 20 de maio de 2008

eu acredito em fadas

Também acredito em gnomos. E em duendes, no coelho da Páscoa, Papai Noel, até no Super Man. Acredito nas Princesas e no Homem Aranha. Acredito em qualquer ser fantástico que tira a minha responsabilidade direta pela desgraça que acontece com a vida de meus filhos. Pois não é assim que a cabecinha deles interpreta mudanças em suas vidas tão confortávéis? E como podemos ser tão más a ponto de tirar a fralda ou a chupeta, mudar da mamadeira para o copo, por exemplo? Desgraça pouca é bobagem.
Acredito em qualquer coisa que facilite lidar com o desespero que eles sentem (ou você acha que eu gosto de ver o sangre de mi sangre se esvaindo em lágrimas, berrando e berrando e implorando pela peta, se agarrando nas minhas calças como se tivesse o fígado arrancado??) e que os ajude nesse período delicado de transição.
Eles vão lutar até a última gota de lágrima, até perder a voz de tanto chamar a mamãe, vão bater a cabeça no chão, na parede, aonde for. A coisa vira um cabo de guerra de força de vontade. Adivinha qual é o lado mais fraco dessa corda?
O que eles querem é que você se comova rápido e devolva seja lá o que for que você tirou. O que eles querem é que você se sinta o cocô do cavalo do bandido, a pior madrasta de conto de fadas, o ser mais escabroso da face da terra, contanto que devolva. Eles são muito bons nisso, não são?
Agora, fala para eles irem chorar para a fadinha para ver o que acontece. 
A fadinha é minha grande aliada em casa. Foi responsável por sumir com as chupetas, as fraldas, as mamadeiras, o berço.
Quando foi a hora da cria mais velha dizer bye-bye para  a chupeta, esta "quebrou-se" por que ela já era uma moça e chupeta tem prazo de validade(i.e. a mamãe passou a tesoura no bico da peta). A fadinha então  levou a dita cuja para reciclar para outro bebê (quando eu invento uma lorota, eu invento uma lorota). Duas noites depois minha cria teve uma recaída e chorava desesperadamente pela peta. Eu só precisei dizer uma vez para que ela se acalmasse e se conformasse:
-Querida, se dependesse da mamãe eu já teria te dado a peta, mas infelizmente eu não a tenho, a fadinha levou embora. Você acha que a mamãe gosta de ver você assim triste?
Tá certo, eu de vez em quando falo demais. Me empolgo e vou mais longe do que devo. Mas queridas leitoras não se preocupem, já comecei a "poupança da terapia" para os dois, pois com tanta lorota desconfio que esse dia vai chegar logo, logo.

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