sexta-feira, 6 de junho de 2008

Aonde eu deixei mesmo?

Toda vez que saio com as crias tenho que levar a tal sacola que tem, entre tantos badulaques, as fraldas, a fralda de pano, lencinhos umedecidos, lencinhos de papel, uma muda de roupas para cada um, um kit primeiros socorros, pares extras de meias, cuecas e calcinhas; garrafas de água, chupeta, lanche, etc. Em outra sacola vão os carrinhos, baldes e pás, bichos de estimação e seja-lá-o-que-eles-resolverem-levar também naquele dia. Tem também minha bolsa. Pareço uma cigana vagando pelas areias do parquinho. 
Essa é a razão pela qual eu não compro mais nada caro nem de marca, nem para mim nem para as crias. O motivo é muito simples: administrar toda essa tralha requer tamanho esforço que um terço nunca volta para casa. O inventário é próximo ao do Carrefour. Eles tem pessoas especializadas para fazer isso, programas de computador e rede integrada. Eu tenho o Tico ou o Teco.
Da parte deles : o divertimento da cria menor no momento é enterrar os carrinhos favoritos que ele não pode dormir sem a companhia pela areia como se fossem ossos de cachorro para ver se ele consegue achar dois dias depois (há há. Só rindo para não chorar com a cena da Flavia de gatinhas fazendo buracos com a pázinha pela areia tentando recuperar o Macqueen para que esse moleque não surte na hora de dormir mais tarde.). A cria maior por sua vez coleciona qualquer papelzinho que é distribuído pelo trânsito-ela tem uma coleção de anúncios de construções de prédios e outra de desentupidores e dedetização que devem valer uma fortuna no Ebay. Duas semanas depois de me obrigar a pegar vários deles ela me pergunta aonde está aquele assim-assim que ela não consegue achar de jeito nenhum (porque eu joguei fora, evidentemente) e ela tinha deixado alí, ó.
Da minha parte: se vou ao banheiro lavar as mãozinhas cheias de lama de algum deles, o anel fica na pia. Se preciso tirar os óculos escuros para que eles não caiam quando estou abaixada fazendo bolos de areia, é lá mesmo que eles ficam. Se tirei o casaco e deixei no banco para poder me movimentar com mais conforto enquanto corro atrás deles como se fosse o lobo mau, a campanha do agasalho me agradece. Meu guarda-roupa diminuiu significativamente de tamanho desde que me tornei mãe.
Meu consolo é que, colocando as coisas em proporção real, nada disso tem muita importância. A gente pode repor tudo isso. Até mesmo a Sally que ficou enterrada na areia-a gente vai fazer o impossível, até mesmo bater na porta da Ri Happy às 8 da noite para conseguir outra a tempo da cria ir dormir.
A gente perde outras coisas também: a paciência, o sono, a segurança, o bom-humor, a auto-estima. 
O que não tem substituição é o sorriso de nossos filhos, mesmo com a boca quase sem dentes. E esse a gente nunca, nunca vai perder.


                                                                                            Para Thula.

Um comentário:

Anônimo disse...

noooossa, é assim mesmo né flávia?!?!
saudades de vc,
AMO seu blog e recomendei pra metade do meu mailing...........
super bj
barbara