quinta-feira, 28 de agosto de 2008

a pedra no meu sapato


Paciência. A gente não nasce com ela. É uma arte a ser aprendida durante anos, décadas. Particularmente nunca fui uma pessoa paciente. "Até parece que nasceu de 7 meses" dizia minha mãe. E rogou praga: "Você vai ver só quando tiver filhos!".
Eu vi. Hoje eu senti o que é ter paciência. Foi uma epifania.
O cenário: estou com uma terrível enxaqueca devido ao banho de perfume que Fofoquinha tomou antes de ir para escola. Como o banho dela não era suficiente, ela deu um banho no irmão também. Eu fui dirigindo para a escola como se fosse cachorro, com a cara para fora do vidro. Sabe elevador quando a gente entra e está infestado com perfume de loira cinquentona? Pois é.
Mas foi na saída da escola que começou meu calvário. Dentro dela tem um tanque de areia. Matraca-Trica empaca lá pegando pedrinhas e começa a se descontrolar. Pega pedrinhas e coloca no bolso traseiro da calça. Temos que ir embora, eu insisto. Ele acaba aos prantos. Pergunto o que foi, ele responde que quer a pedra. Quer a pedra, mia ele. Pedra, que pedra? Já disse antes e repito: o moleque é meu filho, mas quando encasqueta com alguma coisa vira uma mula empacada. E chora, pedrinha após pedrinha. Digo que temos que ir embora, a escola já vai fechar. Não sei se ele está falando de alguma pedra específica, chamo a tia. A tia vem, tenta conversar com ele. Me explica que são só as pedrinhas na areia que ele quer. Eu respiro fundo. Vem a diretora. Fala para Matraca-Trica que a escola já está fechando. Ele sai, ainda soluçando e meio puxado pelo braço. A outra mão está segurando a calça que está caindo por causa do peso atrás.
Ele vai esperneando: "Eu quero a pedrinha!" até o carro, não há conversa que o faça desistir. Trinta e cinco minutos e 200 metros depois ainda estou na frente do carro com o moleque descontrolado. Tento todas as técnicas de relaxamento que conheço. Para mim mesma. Quanto tempo você acha que levou para eu convencer a pessoa a tirar as pedras do bolso de trás para ele poder sentar sem se machucar? Só digo que ele acabou com o pacote de kleenex de tanto assoar o nariz escorrendo por causa do choro. Paciência, muita paciência, foi o mantra na minha cabeça no caminho para casa. Tá certo que estava difícil ouvir meus pensamentos, Matraca-Trica-Disco-Riscado continuava na ladainha da pedrinha. Desceu do carro. Pegou de dentro da mochila, ainda dentro da garagem, pedrinha por pedrinha e colocou todas novamente dentro do bolso. Teve o cuidado de achar as que cairam no chão e rolaram para debaixo de carros ou atrás da pilastra. Este processo deve ter levado uns 10 minutos. Esta foi a viagem mais longa entre a escola e nossa casa que eu já fiz. Confesso que fiquei aliviada ao abrir a porta de casa. Entramos e Matraca-Trica começa o cerimonial de tirar as pedrinhas uma por uma de dentro do bolso para empilhá-las em cima do sofá--do sofá!!
Mas esta não foi a pièce de resistance. Após terminar ele pega todas que consegue com as duas mãos, vai para a cozinha em direção à lata de lixo e me diz:
-Mamãe, vou jogar as pedrinhas fora porque eu não quero mais.
Sorriu, fungou o nariz ainda escorrendo, fechou a tampa da lata de lixo e foi procurar o Macqueen para brincar de carrinho.

nota: Foi aí que descobri porque as janelas de apartamentos tem que ter rede: não é para as crianças não caírem. É para a gente não as atirar pela janela em dias como este.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

fofices do design XXII

Nos tempos da minha avó as mamadeiras eram de vidro. Depois vieram as mamadeiras de um produto revolucionário, o plástico. OHHH! Que maravilha, não quebram! Que praticidade!
Décadas depois (nos dias de hoje, mais especificamente) descobriu-se que este produto revolucionário solta toxinas cancerígenas quando aquecido. A cidade de San Francisco nos Estados Unidos já baniu produtos feitos para crianças de alguns tipos de plástico por serem considerados tóxicos. 
De volta para o vidro, então. Desta vez com uma luva de borracha que protege o vidro de quedas e batidas. De preferência com um design bacana. Nem precisei procurar muito.
Estas gracinhas são da Baby Life
Agora só falta escolher entre dar de mamar às bonecas de Fofoquinha, arrumar um chá de bebê para ir ou engravidar de novo...

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

15 minutos. aqueles do andy warhol


Ahh, a fama. Assunto del

-Só mais um minuto, deixa a mamãe acabar a frase que eu já vou colocar de novo.
Desculpem. Eu já volto. Só assim terei 10 minutos de sossego para escrever.

...

Ahh, a fama. Matraca-Trica e Fofoquinha queimaram seus 15 minutos domingo passado. Cedo assim. Foi no programa Domingo Espetacular da Rede Record. Coruja que sou não poderia deixar passar em branco no blog, especialmente porque a matéria foi sobre um assunto que já escrevi aqui (o post dos "bebês-bolha").
A história foi assim:
Era uma vez duas crianças que estavam sendo filmadas em uma fazendinha e a mãe não sabia o porquê. A repórter estava fazendo uma matéria sobre a vitamina S. Seus filhos nunca tomaram? Os meus tomam doses diárias. Vitamina S é conhecida, no populacho, como Sujeira do Bem. Conversando com a repórter (muito simpática, aliás), a mãe descobriu que Matraca-Trica e Fofoquinha eram, para seu orgulho, as crianças mais sujas da tal fazendinha. A repórter tinha achado o contra-ponto para a história que estava em andamento. Ela já havia entrevistado uma mãe cujos filhos não saem de casa por que ela tem medo de germes. Estas crianças estão perpétuamente doentes e com problemas respiratórios. A repórter então pediu para entrevistar a mãe dos sujinhos e seus dois porquinhos com mais calma.

-De novo? Vocês não cansaram, não?
Desculpem novamente. Já volto.

...

Voltando: a mãe dos sujinhos confessa que cansou de escrever na terceira pessoa do singular e vai voltar à realidade porque, afinal de contas, ela não faz parte de nenhuma família real. Nem de contos de fadas.
Foi um segmento grande, com entrevistas com uma psicóloga e um alergologista explicando o que as pessoas normais já sabem: para desenvolver o sistema imunológico é preciso estar em contato com os germes, bactérias e todos os bichinhos microscópicos que existem na face da terra. Não adianta ignorar, eles estão no ar que você respira. Não adianta lutar contra também, é só uma questão de tempo para eles voltarem e te pegarem pelos pulmões. Crianças que podem explorar a vida são mais criativas, abertas e curiosas. 
Matraca-Trica e Fofoquinha fecharam a matéria. Sujos, descalços e rindo muito.
Pela última vez, com licença. Eles estão me chamando pela oitava vez para voltar a fita. Eles querem se ver mais uma vez na TV.
De novo. E de novo.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

overkill

Vocês conhecem o Manda-Chuva?
Pensando bem, acho que não.
Péra ai, não estou falando do gato Manda-Chuva, aquele do Guarda Belo e do Batatinha dublado pelo Lima Duarte.
Você que tinha certeza absoluta de que era este, não é? Tsc, tsc, tsc.
O Manda-Chuva, na verdade, é um menino. O nome Manda-Chuva foi escolhido só para continuar com a ideia de substituir o nome de crianças de verdade pelos nomes de personagens de desenhos animados.
Ahhh, pensa você. Agora você entendeu.
Pois então, estou aqui agora para descrever para você dois dias típicos na vida do Manda-Chuva que se repetem um atrás do outro. Todo dia ele faz tudo sempre igual....
Manda-Chuva é tirado da cama, quer ele queira, quer não, as 7 e meia da matina. Com muito esforço, as 9 horas da manhã ele está na natação. Assim que a natação acaba ele vai para o judô. Se troca, almoça e vai para a escola no período da tarde. Depois da aula a mamãe dele vai buscá-lo para ir para casa. No caminho ele não pode cochilar para não estragar o sono noturno. Ela faz o impossível para que isso não aconteça, por mais cansado que ele esteja. Manda-Chuva chega em casa, toma banho e janta. Fica esperando o papai chegar lá pelas 9 da noite para brincar um pouco com ele. Escova os dentes e vai dormir entre 10 e 10 e meia. 
No dia seguinte Manda-Chuva é tirado da cama, quer ele queira ou não, as 7 e meia da matina. Um processo que requer algum tempo, por algum motivo ele nunca consegue acordar. As 9 horas da manhã ele tem aula de inglês. Assim que a aula de inglês acaba ele vai para a ginástica olímpica. Se troca, almoça e vai para a escola no período da tarde. Depois da aula a mamãe dele vai buscá-lo para ir para casa. No caminho ele não pode cochilar para não estragar o sono noturno. Ela faz o impossível para que isso não aconteça, por mais cansado que ele esteja. Manda-Chuva chega em casa, toma banho e janta. Fica esperando o papai chegar lá pelas 9 da noite para brincar um pouco com ele. Escova os dentes e vai dormir entre 10 e 10 e meia.
Todo dia, no caminho de volta para casa, na hora da Ave Maria (as 6 da tarde para quem faltou no catolicismo), Manda-Chuva surta. Chora, esperneia e ninguém consegue controlar o menino. Dai para frente é um barraco atrás do outro.
Manda-Chuva é amiguinho do Matraca-Trica. Tem 3 anos.

Vou dizer somente duas coisas-prometo.
  • Nosso papel é abrir ao máximo o leque de experiências para que nossos filhos conheçam tudo. Nosso papel é também fazer escolhas e limitar atividades, respeitando o ritmo de cada um. É achar o equilíbrio entre estas duas coisas. É saber que é impossível fazer de tudo ao mesmo tempo, todos os dias.
  • Tempo livre não significa espaço a ser preenchido. Significa tempo livre. Os pequenos precisam de tempo para processar tudo o que estão aprendendo. Assim como nós. Gostaria de saber por quanto tempo você iria aguentar este ritmo de vida do Manda-Chuva sem precisar de remédios, terapeuta ou 12 horas de sono.
Ai, ai. Não sei porque faço promessas que não vou cumprir...aqui vai mais uma: Manda-Chuva tem que esperar o pai até aquele absurdo de hora-principalmente para um menino muito cansado-quando o moleque já deveria estar nos braços de Morfeu. O pai tem boa intenção, não me entenda errado, quer passar um pouco de tempo com o Manda-Chuva. Mas como se diz, até o inferno está cheio de boas intenções. Querer que o moleque siga os horários de adultos é por demais egoista da parte do papai. 

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

fofices do design XXI

Toda vez que vejo carrinhos cobertos com fraldinhas, cobertores ou paninhos para que os bebês possam dormir sossegados, fico incomodada (ora, que novidade: eu incomodada). 
Quando o tempo está quente estes bebês devem se sentir sufocados. Você já pegou uma fraldinha de pano e colocou na cara em baixo do sol por alguns minutos? Agora imagine se for um pano com uma trama menor aonde não passa nenhum ar.
Eu sei que depois dos 3 meses é difícil fazer o bebê adormecer em lugares públicos, eles estão muito mais interessados no que está contecendo ao redor deles.
E voilá mais uma boa idéia, esta da Downtimebaby. Pode ser mais prático e bonitico do que isso? Nem preciso explicar que esse gorrinho vem com abas para cobrir os olhos e somente os olhos, bloqueando a luz sem sufocar ninguém. Se o seu pimpolho não gosta de gorrinhos, você pode colocá-lo depois que ele adormecer. E todo mundo vai saber que tem que fazer silêncio ao redor dele.
Psiuuu.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

crianças em motocas

-Mas está todo mundo indo, mamãe. Eu também quero! Por favor! Deixa, vai?! PorfavorPorfavorPorFavor, POR FA-VOR!

Essa sou eu, circa 1972. Um pouco mais nova ou mais velha do que Fofoquinha.
Obs: O quê, você achou que eu ia entregar assim minha idade numa bandeja de prata?? Rá.

Minha mãe disse que não e foi não mesmo. Não teve jeito. Nem eu nem minha irmã pudemos dar uma volta na moto nova do vizinho, que estava levando todas as crianças ao redor do quarteirão. Duas vezes. As duas únicas crianças da rua. Fiquei tão inconformada que nunca esqueci. Só fui perdoá-la depois que Fofoquinha nasceu-esta e muitas outras coisas.
Ahhh, então foi por isso que ela não deixou, penso comigo mesma. Agora passei para o mesmo lado da cerca que ela está. E concordo com absolutamente tudo o que ela fez.

Voltando ao assunto: todo dia vejo um pai chegar na escola com um filho, de moto. O moleque não tem mais do que 5 anos. Ora, não se preocupem, ele vai de capacete. Daqueles para bicicleta.
Obs: Estou sendo sarcástica. Não tenham dúvida alguma.

Meu coração vem à boca toda vez que vejo a cena. Não pense que não tentei impedir, eu ajo do mesmo modo que escrevo (especialmente se estou com TPM). Aparentemente existe um limite até onde posso ir. Infelizmente. Me disseram que não se pode fazer nada, a não ser dar um flagrante e para isso a polícia tem que estar lá na hora que eles chegarem. 
A legislação brasileira (país da piada pronta) diz apenas que é ilegal transportar crianças menores do que 7 anos em motos. SETE anos. Por acaso uma criança de 7 anos consegue se defender em caso que acidente? Acho que eles escolheram esse número num bingo. Poderia ser 2, 9, 16. Caiu a bolinha do sete e sete ficou. Ou era o dia do aniversário da esposa do vereador que escreveu a proposta de lei, quem sabe foi o pai-de-santo que escolheu, sei lá.
Em caso de acidente um adulto sai varrendo o asfalto com a própria pele. A moto pode cair em cima dele. Sem falar no escapamento flambé. O mesmo acontece com a criança. Mas não se preocupe, ela vai estar com um capacete. Daqueles para bicicleta.

Francamente.
O fato deste pai não achar um capacete para moto para a idade de 2 a 5 anos para comprar não foi suficiente para ele perceber que tem alguma coisa errada com esta idéia brilhante? 
Eu nem sei bem como começar a escrever sobre como transportar crianças de qualquer idade, mesmo aborrescentes, em motos é perigoso. Mortal. Na minha cabeça eu nem precisaria escrever sobre o assunto, pois todos os pais tem bom senso. Tadica da minha cabeça, tão pequenina e iludida. 
Obs: Não se preocupem, já desci do bonde da ilusão e estou com os dois pés no chão...e o coração na boca. Bobagem minha, afinal a criança está com capacete. Daqueles para bicicleta.

domingo, 10 de agosto de 2008

quintal

Tem gente que tem jardim ou quintal em casa. Tem gente que tem playground no prédio. Outros tem pracinha, parquinho ou clube. Eu tenho o Hospital São Luis. O Hospital São Luis, apesar de estar localizado a poucos quarteirões (do jeito que a coisa vai vamos ter que procurar um lugar ainda mais perto, vizinho de preferência e que dê para ir a pé) funciona como o quintal da minha casa. Daqui a pouco vou começar a deixar uns brinquedos por lá, assim não vou precisar levar toda vez que vamos. Será que eles me dão um armário para colocar coisas? Hum, preciso lembrar de perguntar da próxima vez...
Não estou falando do ambulatório, aonde as mães tem mania de ir nas horas mais absurdas quando o filho está com a unha encravada ou com 37ºC de febre. Ambulatório é coisa para crianças. Estou falando da Emergência mesmo. Matraca-Trica já chega e todo os atendentes o cumprimentam pelo nome (que não é nada fácil de lembrar) e só faltam dizer "Faz um tempinho que você não aparece por aqui, né? Quem é vivo sempre aparece!". Os médicos já me olham perguntando "O que foi desta vez?".
Ontem foi um ponto no joelho. Três anos e um ponto. O primeiro de muitos, posso dizer sem nenhuma dúvida. Se esse moleque chegar na aborrescência inteiro estou no lucro.
Ele já tem uma coleção de raios-x que cobrem 47% do seu corpo. Começou cedo, logo que aprendeu a andar aos 11 meses. É meu filho, mas também é um destrambelho. O destrambelho cresce na mesma proporção que a idade. Não deveria ser ao contrário?
Se tem uma conta que jamais deixo atrasar, mesmo que tenha que escolher entre colocar comida na mesa ou pagar a conta é a do convênio médico. Dinheiro bem gasto, este.
Meus cotocos se machucarem não me preocupa. Como mãe, eu tenho apenas duas certezas na vida: eles vão ficar doentes e vão se machucar. O que me preocupa é que a única coisa que importa no momento para Matraca-Trica--a ponto de ele acordar cedo para puxar o pijama até o joelho para conferir, coisa que passou o dia fazendo com a calça a cada 1 hora e meia--é se o dodói vai ficar alí até amanhã porque ele quer mostrar para todos os amigos da escola na segunda-feira.

sábado, 9 de agosto de 2008

naqueles dias

-Mamãe. Mamãe. Mã-mãe!
-O que é? Mamãe está ocupada, assistindo um vídeo na internet de como descascar batatas em 10 segundos.
-Quero colocar a fantasia do Superman.
-Pede para alguém te ajudar. Mamãe tem que trabalhar um pouquinho. E por favor fecha a porta do escritório quando sair.
Lá vai Matraca-Trica batendo a porta e bufando de frustração.
Um minuto e meio depois a porta se abre:
-Mamãe, posso jogar o joguinho do Discovery Kids?
-Fofoquinha querida, você não vê que a mamãe está trabalhando?
-Mas eu quero.
-Assim que eu terminar, ok? Por favor quando sair feche a porta.
Fofoquinha finge que não ouve e vai-se embora, deixando a porta escancarada. Enquanto estou no telefone percebo que tenho no momento 4 programas diferentes abertos no computador, todos com coisas diferentes começadas e nenhum arquivo perto de ser terminado. E minhas unhas estão horrorosas, não vêem a cara de uma manicure faz semanas! 
Tinha a ilusão de que como começo das aulas eu ia poder voltar à rotina com calma. Acontece que esqueci que tinha que tirar o atraso. Montanhas de papel em cima de minha mesa, mailbox lotada com pessoas já sem esperanças de receber uma resposta minha e a raiz do cabelo com 3 palmos, esperando impacientemente a hora de ser pintada.
-Mamãe. Mamãe, sabe a árvore que caiu em cima da casa? Você precisa ir lá colocar durex nela para ela ficar de pé de novo.
Tive que parar o que estou escrevendo para rir, muito. Lá se foi o Superman. 
Lá vem ele de novo:
-Mamãe, vem cá que eu quero te mostrar uma coisa.
-Já vou, estou no meio de uma coisa aqui, quando acabar eu vou, tá bom? Coloca um sapato, por favor? Está frio para ficar descalço hoje. 
Não teve jeito. Ele grudou no pé da cadeira e ficou repetindo "Não, agora" até eu levantar, ir até a sala para ver o avião que estava sentado no sofá assistindo TV. Sem sapato. Olha só o desespero do moleque para chamar a minha atenção. Fofoquinha aproveita a deixa para implorar em miados para eu ficar lá com eles assistindo o filme. Disse que já ia. Voltei para cá para tentar terminar esta frase.
Tem dias que é assim mesmo, não tenho a chance de terminar nada do que comecei porque as crias querem minha companhia. Desesperadamente.
Quer saber? Tem dias que eu paro tudo para ficar com eles, como esta semana.
E é por isso que não deu tempo de escrever nada, nem vai dar para terminar este texto.
O filme do Pedro e o Lobo já está começando, com licença.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

panelinha

Meninas e panelinha. O ovo e a galinha. 
Meninas começam a fazer panelinha desde cedo. Agora que estou assistindo Fofoquinha e as amigas brincarem minha memória voltou à tona. A panelinha começa cedo, muito antes do que lembrava. E acompanham as meninas, depois garotas, moças, mulheres e senhoras ao longo da vida. Todas nós temos panelinhas. Sempre vamos ter a melhor amiga. E fofoca. Quem está dentro e quem não pode entrar.
Fofoquinha tem a melhor amiga dela. Aquela relação passional de amor e ódio, competitividade e companheirismo. Você sabe como é. Elas parecem siamesas dividindo o lado direito do cérebro (o que processa as emoções) andando de mãos dadas pelo parquinho.
Assim como elas tem as panelinhas delas, as mães tem suas próprias panelas: vão tomar café depois de deixarem as crianças na escola, saem para almoçar e fazem ginástica juntas. Envolvem as crianças e passeiam juntas. 
Eu não faço parte da panelinha de mães das meninas amigas da minha filha. Falta de afinidades, o santo não bate, vai saber. Mulheres...vai entender. Faço parte de outra panela. Mesmo assim somos todas educadas e superficiais como manda o capítulo 3 da Cartilha de Comportamento para Mães em Porta de Escola. Não conseguimos achar nada em comum além de trivialidades. Acontece. Não tenho problema algum com a situação, até a hora em que envolve meus filhos. Sabe a fotinha que tem no meu perfil? Alí do lado direito, ó. Sou eu até o último pêlo bege do rabo sentada na savana, não foi à toa que a escolhi.
As amigas estão sempre umas nas casas das outras e fazendo programas, panelinhas de mães e de filhas. A melhor amiga de Fofoquinha está sempre entre elas pois a mãe é parte do grupo das mulheres. Fofoquinha nunca é convidada, mesmo todo mundo sabendo quem é a melhor amiga de quem. Lá vou eu me sentir culpada, afinal eu sou a pária. Me corta o coração quando chegamos no parque e encontramos todas as meninas juntas-estão passando o dia na casa de fulana, depois de ciclana e no meio tempo estão brincando lá.  Fofoquinha ainda é inocente e não percebe, pelo contrário, fica feliz de ver todo mundo no parque. Tenta entrar no grupo e é barrada, pois a panelinha do dia já está formada. Aí sim ela fica chateada e vem procurar abrigo em meus braços. Eu não posso fazer nada, não posso interferir pois ela tem que aprender a se defender sozinha. Tem dias que os hormônios não me deixam nem olhar a cena. 
Por causa disso estou com um dilema: tentei me aproximar das mães pelo bem de Fofoquinha. Está na (minha) cara que estou forçando a barra. Ando pensando na situação toda e não me sinto confortável com o que estou fazendo. Ou devo continuar? A única conclusão que cheguei até agora é que preciso voltar para sessões de recaída na AMPROPOA (ver post de maio).
Até onde a gente espicha a consciência por causa de nossos filhos?
O que você faria?

OBS: Esta pergunta não é retórica, estou mesmo precisando de conselho.

domingo, 3 de agosto de 2008

fofices do design XX



Querer que sua cria explore o mundo de sabores e texturas quando ela começa com outros tipos de alimento além de seu leite é o sonho de qualquer mãe. Mas vamos combinar que dar um pedaço de banana ou cenourinha para quem mal tem dentes ainda é bem perigoso. 
Humm, a não ser que estes pedaços estejam dentro de uma redinha protetora para impedir que a cria engasgue em pedaços de frutas ou vegetais! Ora que boa idéia teve a Munchkin. 
O fresh food feeder é usado também como alívio para quando está nascendo dentinho: basta colocar qualquer coisa gelada-suco congelado, cenourinha, banana etc-e deixar a cria se divertir mordendo a redinha.

sábado, 2 de agosto de 2008

44 horas, 11 minutos e 32 segundos


31.
30.
29 segundos.
Tem mais alguém em contagem regressiva para o começo das aulas na segunda-feira ou sou só eu?
Da minha parte, já estou vendo passarinhos verdes de felicidade adiantados.

Para as mães que já conseguiram voltar a ter vida própria, meus sinceros e um pouco invejados (no bom sentido) parabéns!!!