segunda-feira, 30 de março de 2009

boas e paetês, com muito makeup

Algum tempo atrás escrevi um post sobre como é ter um menino em casa que basicamente é a Barbie da irmã mais velha para que ela realize todas as sua fantasias. Matraca-Trica e Fofoquinha, respectivamente. Se der muita preguiça de clicar acima para ler, aqui vai um pequeno resumo: pais de meninos, RELAXEM e deixem que eles sejam crianças. Repito isso toda vez que, quando chego em casa, recebo um beijo bem gosmento e de um cor-de-rosa New Wave de uma criatura de bem mais de um metro (cortesia das minhas botas de salto) que mais parece um cruzamento de Marilyn Manson com Cher. E vou te dizer mais uma coisa: Matraca-Trica a-d-o-r-a. Nem te conto como, na festa junina do ano passado, Matraca-Trica chorou e esperneou até ter a cara maquiada igual a da irmã. Como assim ele não podia passar sombra?? Se recusou a sair de casa se a lambança em sua cara fosse só com um lápis preto. Enquanto os amiguinhos foram dançar quadrilha com camisa xadrez, calça jeans e olhe lá-nem chapéu de palha as mães conseguiram convencer os meninos a colocar, Matraca-Trica foi de cavanhaque, bigode, costeleta, bochecha bem rosada com pintinhas, sombra azul turquesa nas pálpebras e batom vermelho sangue nos lábios. Feliz da vida.
Estou voltando ao assunto porque li esta semana uma matéria na revista Wondertime sobre meninos que gostam de se fantasiar com coisas de menina, chamada de Boys and Boas. Obrigada, Barbara Hey! A autora da matéria escreve que Henry, seu filho, naquela altura de sua vida ainda não dava a mínima para definições de gênero e sexo de nossa cultura e não se sentia pressionado por seus amiguinhos para ser sentir incluído no grupo. Escreveu ainda que Henry tem uma irmã mais velha. Que tem fantasias muito, muito mais bacanas do que bombeiro, doutor ou policial. Escreveu que salto alto faz um barulho muito legal no chão quando se anda. Que maquiagem é uma coisa colorida e gosmenta. Que crianças gostam de cores, tocar em materiais interessantes e de coisas que brilham. Porque são crianças, nada mais.
Se você, como eu, tem um David Bowie (em sua fase Ziggy Stardust) que gosta de se vestir como a Elke Maravilha, não se preocupe: a fase do glam rock passa, lá pelos 6 ou 7 anos. Tem gente como o Gene Simmons  que só faz uma pausa na vida. Mas convenhamos que, depois dos dezoito anos, o problema já não é mais seu.
Um conselho que sempre dou: sempre fotografe ou filme esses preciosos momentos. Imagino que nada possa pagar a expressão da cara deles quando, num futuro próximo, você mostrar essas fotos para a namoradinha da semana!


sexta-feira, 27 de março de 2009

curta-cantigas

Fofoquinha tinha mais ou menos 2 anos. Eu sempre cantava musiquinhas de ninar para ela, principalmente na hora da sonequinha da tarde. 
Logo ela começou a cantarolar (o que conseguia falar, afinal algumas palavras eram muito complicadas para a coordenação) algumas cantigas que ela lembrava durante o dia quando estava acordada.
E assim passei uns dez meses ouvindo a cria cantando, toda orgulhosa de si "O Carro brigou com a Roda".
O quê, você achou que eu iria corrigir??? Imagina, era o melhor momento do dia para mim!

PS: eu não quero estar viva quando ela for maior e começar a ler o que escrevo sobre ela e o irmão no blog....

fofices do design: casinha de papel

Prometo. Juro de pé junto que essa vai ser a última casinha para brincar que eu coloco no blog. Bom, pelo menos até junho.
Ficou difícil de resistir (olha que eu tentei. Estou olhando para essa coisa fofa faz mais de 3 semanas) porque a Villa Julia (casinha para brincar com cara de Toscana, pode?) juntou duas coisas favoritas minhas: o espaço e o material. De papelão, a casinha foi feita for Javier Mariscal para a MeeToo Collection for Magis e teve sua estréia na Milan's Design Week. 
Papai e mamãe ajudam a montar e a cria pinta e borda do jeito que quizer. Vai me dizer que não é bacana?!

quarta-feira, 11 de março de 2009

curta-números


Matraca-Trica está fascinado por placas de carros e números de casas e prédios.
Quando estamos na rua e passamos por residências, ele vai falando, sem descansar para sequer respirar:
-Mamãe, alguém mora no um-nove-três. Mamãe, alguém mora no dois-dois-quatro. Mamãe, alguém mora no três-um-térreo.
Quando chegamos ao clube e estaciono o carro, levamos mais ou menos 40 minutos para chegar a portaria. Matraca-Trica tem que ler TODAS as placas de carro no caminho. A placa da frente e a de trás do carro. Do mesmo carro.
-Mamãe, essa placa é cinco-nove-seis-três. Mamãe, essa placa é dois-quatro-térreo-térreo. Mamãe, essa é cinco-dois-nove-sete.
Opa, espera ai. Dois-quatro-térreo-térreo?
Como normalmente desligo minha atenção depois do segundo "mamãe" e só balanço a cabeça dizendo "hum, isso mesmo" dai para frente, nunca tinha notado o número novo na equação da cabecinha de Matraca-Trica. Provavelmente ele está contando assim faz tempo!
"Leia essa placa para mim por favor" peço a ele. 
Ele responde: "Ce-térreo-térreo, dois,cinco-térreo-um".
A placa do carro é "COO 2501". 
Levou alguns minutos para cair a ficha: no elevador do prédio em que moramos, o zero é o térreo.

domingo, 8 de março de 2009

diário popular

O resumo da notícia: Nos confins do Recife, uma menina de 9 anos, violentada pelo padrasto desde os 6, engravidou e esperava gêmeos. Foi feito um aborto pois os médicos acreditavam que a menina corria risco de vida. A igreja católica excomungou tanto a mãe da menina como a junta médica que interrompeu a gravidez. A menina só não foi excomungada por ser menor de idade. Sobre o padrasto, a igreja não se manifestou.
Hummmm, por onde começar a escrever o que eu acho disso tudo? Meu cérebro de ser humano e mãe não está nem conseguindo colocar ordem em meus pensamentos e meu estômago, embrulhado, está pagando o pato. "Perturbador" não descreve com o mínimo de precisão o que aconteceu.
Só fazendo o "Jogo dos erros" para colocar as idéias em ordem:
  • uma criança de 9 anos é molestada desde os 6 pelo padrasto. 
  • a criança engravida. 
  • a igreja católica perde uma grande oportunidade de ficar quieta e se posiciona publicamente: condena o ato do aborto. Não leva em consideração mais nada, nenhuma circunstância do caso. Abortou, vai para os quintos dos infernos.
  • a igreja católica excomunga os envolvidos por salvar a vida da criança. Repetindo para ficar bem claro, por salvar a vida de uma criança. Espera um pouco, Jesus não nos diz para proteger as criancinhas?
  • a igreja católica não considera que pedofilia e estupro são crimes dignos de penitência-well, vamos combinar que se fosse crime não iria sobrar um padre em pé e as portas das igrejas seriam perpétuamente fechadas. Ahh, quem tem telhado de vidro deveria ser mais cuidadoso....
  • A igreja abençoa o padrasto, alma livre e sem pecados que pode sair por aí cometendo mais atrocidades do mesmo calão.
Quanto mais olho a imagem que escolhi para esse post, mais adequada acho que ela é: uma cruz fora do alcance, longe de tudo e todos, encoberta por um nevoeiro atemporal, a beira de um despenhadeiro.
Agora com licença pois tenho que ir ao banheiro vomitar.



terça-feira, 3 de março de 2009

fofices do design: casinhas, casinhas, casinhas


Preciso achar com uma certa urgência um grupo de apoio para adultos obcecados com casinhas para crianças. Alguém conhece algum? assim vocês vão parar de ler sobre mais uma descoberta de casinha para brincar. Pense bem, é sua chance!
Essas são da companhia qb, dos Países Baixos. Não parece uma daquela tendas que a gente fazia de colcha entre camas quando éramos pequenos
O bacana é escolher entre várias cores e estampas no website. Ainda não ficou satisfeito? Você pode fazer um upload da imagem que bem entender e eles reproduzem na casinha. E sim, são ecologicamente corretas, como tem que ser em qualquer país civilizado neste século.