terça-feira, 21 de julho de 2009

tutti buona genti!

-Atenção senhoras, vai começar mais uma reunião do "Clubinho das Mamães". Disse a loirinha de maria chiquinhas.

Ahh, se a vida fosse tão simples assim como uma casinha de bonecas no quintal e um bando de meninas brincando de lar, com tudo o que as casas de verdade tem: jogo de chá de porcelana, bebês de plástico com muitas roupinhas, chupetinha, mamadeira (mas tem algumas, como Fofoquinha costumava fazer, que insistem em dar o peito para os bebês) e carrinhos; toalha xadrez de vermelho e branco com muito babado e o mais importante: tiaras, makeup, luvas , boás e os sapatos de salto das mamães grandes.
Se a gente pensar bem, esse é o primeiro clubinho que as meninas fazem parte. Quando crescemos, fazemos parte de um clube maior e com nome sem diminutivos, inteiramente globalizado e sem restrição alguma a raça, religião,status social e....ouso dizer: sexo*.
Como mencionou uma leitora em um comentário, quando somos mães somos todas íntimas. E quer saber? Somos mesmo. Saímos da maternidade com carteirinha e direito a vaga no estacionamento do clube, mesmo que seja só para o carrinho da cria. O único documento que precisamos apresentar é um bebê. Ou dois. Ou três. Ahhh, as maravilhas (duvidosas) da inseminação artificial!
A intimidade é tanta que a gente não tem o menor pudor ou timidez em se aproximar com sorriso aberto de uma outra mulher que a gente nunca viu no parquinho para perguntar qual é a marca de fralda que ela usa ou aonde ela comprou cenouras orgânicas ali perto. Nós temos o maior prazer em dividir dicas-afinal só nós mesmas sabemos a melhor maneira de educar crianças-e ainda oferecemos outras que não estavam na lista de perguntas. Isso, na minha opinião, é uma das coisas mais doces entre sócias do clube. Dividimos nossa sabedoria duramente conquistada, tempo, sentimentos, lanches e eventualmente uma calcinha ou cueca tamanho PP infantil em caso de acidente de treinamento.
Mas a intimidade, como em todos os outros casos, é uma fruta que pode azedar rápido se não for colhida a tempo. Nós nos sentimos tão confortáveis umas com as outras que eventualmente nossas personalidades, opiniões e hormônios colidem. Nos sentimos no direito de comentar sobre como Jane Jetson está fazendo besteira em colocar Elroy para dormir tão tarde ou como é possível que não ofereçam nada mais do que batatas fritas e salsicha nas refeições de Judy-é por isso que essa menina não gosta de nada saudável, gente! Afinal, a minha maneira de educar é a melhor de todas. É aí que o clube vira Máfia: perdemos nosso precioso tempo vago julgando umas as outras. Sem má intenção ou maldade. No fim queremos o bem da família em questão, não concorda comigo?
Incrível como apesar de tudo isso não precisamos mandar colocar cimento nos pés de ninguém por causa de uma diferença de opiniões. Nossa Cosa Nostra é mais piedosa e compreensiva. Afinal, as facetas do relacionamento entre mulheres a gente aprendeu lá atrás, no clubinho. Essa dinâmica, que pode ser um pouco bruta as vezes, nós já dominamos. No fim, as crianças estão todas aí felizes e saudáveis. Todas sobrevivem para formar seus próprios clubinhos e aprender como aprendemos como é crescer como mulher e mãe.


*Sim, existem até mesmo alguns pais sozinhos que fazem parte do Clube das Mães. Existe até uma mulher que virou cirurgicamente homem e engravidou, tornando-se o primeiro pãe da história.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

quinta-feira, 16 de julho de 2009

fofices do design: taga


Com 3 prêmios no currículo-Red Dot Design, Eurobike 2008 e o Kind und Jugend Innovation Awards, o carrinho/bicicleta Taga tinha que ser design holandes. Só poderia ser, não acha?
Que coisa boa: um carrinho e uma bicicleta que é confortável para os pais e para a criança. Não tenho muita coisa a acrescentar depois que se vê o vídeo. Se puder pegue uma fraldinha de boca para não babar enquanto assiste!
Só vejo um problema com o Taga: por que ele não foi criado 6 anos atrás quando eu precisava dele???

quarta-feira, 15 de julho de 2009

leve-me até seu líder!




Quando ví essas imagens, pensei comigo mesma: "Que pena que isso não dá para colocar no blog, não tem nada a ver com crianças!".

Ahhh, mas quando a vontade é muita a gente sempre acha uma desculpa: dá para colocar como decoração em quarto de meninos! Junto com uma coleção de robôs antigos! Pronto, já me ví montando um espaço na próxima Casa Kids. 
O bacana do trabalho do italiano Franco Brambilla é que ele cria interferências de arte Sci-Fi com carinha retrô em cartões postais antigos usando tecnologia de ponta! What a trip!
Agora me conta: você não iria querer usar o trabalho de Brambilla- cá entre nós, algumas imagens são hilárias- no quarto de seu filho?

segunda-feira, 13 de julho de 2009

and the winner is....

Mais uma vez gostaríamos de dizer que é um prazer estar aqui com vocês na cobertura do prêmio "Mães do Ano". Este ano ninguém mais, ninguém menos do que Mamãe está entre muitas candidatas neste dia de grande gala. Ela concorre entre outras mulheres de fibra a uma categoria não das mais importantes, mas das mais significativas: "Manteiga Derretida". 
Enquanto esperamos acabar a entrada do red carpet, acompanhe-nos nessa retrospectiva da trajetória da Mamãe. 
Antes de começarmos gostaria de lembrar ao leitor que você pode ligar para 0800 555 555, teclar 3 para a categoria "júri popular" e depois teclar 9 para votar nela. 
Mamãe é a mais forte candidata ao troféu "Manteiga Derretida" deste ano apesar de não haver provas concretas de seus feitos-ou ela tem a ilusão que não há, mas na verdade nossa equipe de reportagem localizou muitas testemunhas que entrevistaremos no próximo segmento do programa. Infelizmente nossos arquivos não tem nenhuma imagem oficial da Mamãe sem óculos escuros com suas crias em público, portanto não podemos mostrar ao leitor nada que ele já não tenha visto. Sua modéstia e timidez a impedem de fazer grandes cenas e chamar a atenção para um rímel desbotado e um corretivo escorrido fora do aconchego do lar, mas podemos afirmar por fonte segura que os óculos escuros são prova (circunstancial) de suas lágrimas. O nariz vermelho não mente! 
O querido leitor já notou que seja lá quando for que suas crias tenham apresentação, participação, festividades ou dias especiais; Mamãe está presente de óculos escuros. A ocasião pode ser em dia chuvoso, em ginásio fechado, a noite ou em teatros escuros. Mamãe nunca foi pega sem o tal dos óculos. Nossa equipe de reportagem que a acompanha desde o nascimento de Fofoquinha confirmou em inúmeras vezes que isso acontece porque ela chora feito bebê quando vê suas crias participando em ocasiões coletivas. Ela derrama copiosas lágrimas no dia das mães quando eles cantam uma musiquinha em homenagem a ela. Ela chora na apresentação do encerramento da natação, esportes e escola. Ela chora assistindo comerciais de margarina na semana do dia das mães. Assistindo cenas antigas de quando Fofoquinha e Matraca-Trica eram bebês. Arrumando o álbum de fotos. Chora também ao ver os tios do acampamento (uns marmanjões de barba na cara, no less) enxugando os olhos de emoção no último dia do programa. Ela chora no dia dos pais quando vê as crias com sua cara metade. Nossas cameras já a pegaram chorando de vez em quando no supermercado (ou farmácia. ou tintureiro). Mamãe confessou em entrevista prévia que quando pensa na família, ou em alguma coisa bacana que Matraca-Trica e Fofoquinha fizeram ou disseram, ela não consegue se controlar. 

Atenção, voltamos agora ao vivo com a apresentação da categoria "Manteiga Derretida". As candidatas ao troféu já foram apresentadas ao público. Em alguns instantes ouviremos o resultado:
-Ladies and Gentlemen, the winner is....


quarta-feira, 8 de julho de 2009

fofices do design:berço Vyssa

Sou fã de carteirinha do design dos países baixos e proximidades. Mas também, olha só a foto acima. Não é para ser? Dá para resistir ao berço Vyssa de Gylldorff & Svalin? Tudo bem que a gente não consegue nem pronunciar o nome direito, mas o conceito a gente saca na hora: uma mistura de berço e cestinha, que embala levemente o bebê como se ainda estivesse dentro da barriga da mãe, feito de materiais naturais (madeira e lã) e, o mais importante de tudo: lindo.

terça-feira, 7 de julho de 2009

orgulho da mamãe


Sou uma mãe orgulhosa. Qual mãe não é? Filhos vem em muita formas, um deles é o fruto de nosso trabalho que, quando a gente gosta do que faz, também chama de filho. Pois graças a fofice da editora da revista Pais & Filhos, Mônica Figueiredo, tem um filhote meu dentro da edição de julho. 
Adorei a oportunidade de participar de uma publicação com uma proposta tão bacana como a da Pais & Filhos-sem nenhuma puxação de saco, por favor! Se  vocês conhecem o conteúdo desse blog sabem bem que não me presto a esse tipinho de coisa. Quando gosto de uma coisa eu gosto mesmo.

Vamos apostar uma corrida até as bancas para comprar um exemplar? Aposto que chego primeiro!

sábado, 4 de julho de 2009

glamour+mom=glamom!

E vou te dizer, já não era sem tempo!

Essa sou eu reagindo a uma matéria (tão antiga que nem me lembro aonde li) sobre a glamorização da maternidade. Essa reação ficou engasgada numa gavetinha dentro de um arquivo obscuro na minha cachola até hoje. Tempo demais, começou a cheirar mal e agora sou obrigada a jogá-la fora na lixeira que é esse bloguinho.
Reação um tanto tardia e inflamada, é verdade, mas não vamos entrar em detalhes sobre um eventual acompanhamento psicológico para minha perturbada pessoa. Eu tenho consciência que (de vez em quando) preciso de um-mas isso é outra história!
A matéria explorava a glamorização da maternidade. Negativamente. É para ficar brava, não é? Pois eu fiquei. A matéria dissertava sobre como um ato tão cotidiano, biológico, parte do ciclo da vida e segundo a autora, corriqueiro como dar a luz tornou-se um evento de importância fora de controle nesses dias contemporâneos.
Hummm, por onde começo?
Já sei, começo dizendo que fui picada pelo mosquito feminista-nada que um pouco de creme antiinflamatório não cure. Depois, dizendo que a princípio concordo com ela. Não discuto que nascimentos são parte do grande círculo de vida e morte. A importância deles, sim, eu discordo. 
Até o começo do século passado, mulheres morriam como frangos no abate em partos ou de complicações deles pouco tempo depois. Mulheres não tinham dizer sobre sua própria sexualidade ou direito a querer ou não ter filhos. Mulheres menstruavam uma vez a cada dez anos, com muita sorte se o marido estivesse ausente naqueles dias férteis. O número de mortes no parto ou por complicações dele era a maior percentagem-de longe-na mortalidade feminina, até o começo do século XX. Não vou nem me estender em números de mortalidade infantil...resumindo, por causa da quantidade, a morte (nessas situações) ficou banalizada.
Com a evolução da medicina, tecnologia e sociedade o número de mortalidades caiu vertiginosamente. Hoje em dia, com anticoncepcionais, poluentes, química nos alimentos que ingerimos, stress e vai-se lá saber o que mais; muitas mulheres não concebem-por opção ou incapacidade. A dificuldade para algumas é grande e o processo doloroso. Traumático. Uma gravidez sem maiores problemas e o nascimento de uma criança sadia e com 10 dedinhos são comemorados como vitória de jogo do Brasil em final de copa. E devem ser mesmo. O valor da vida mudou.
Outra coisa: antigamente os homens apareciam, engravidavam as mulheres e partiam para alguma cruzada em terra de infiéis, voltando anos depois. Hoje os homens participam do processo do começo ao fim: engravidam junto, assistem o parto e ajudam a cuidar do filhote desde o primeiro dia. Essa "coisa de mulher" tão misteriosa na cabecinha deles agora só refere-se a TPM. Ficar na sala de espera enquanto a mulher está em trabalho de parto pega mal para xuxu. Homem que é homem tem que ter cojones e ficar ao lado da mulher para ajudar no que puder na hora do vamos ver. Ahh, nada como assistir um parto para criar respeito pela mulher e bebê!
Sociologicamente falando, como a visão masculina sempre dominou o comportamento da humanidade (alguém vai querer discordar aqui?), se a gente somar a ignorância a respeito do processo com a banalização das complicações fatais, temos como resultado o pouco respeito pela vida de todos aqueles que não tem barba feita. Era assim que o mudo rodava antigamente. Hoje no more.
Portanto comemore SIM cada nascimento, cada criança que vem para nos alegrar. Aproveitem que a mídia está do nosso lado e celebra com fanfarra cada bebê nascido de astros e estrelas. Nós todas merecemos a atenção, carinho e ajuda que nos é de direito. E tenho dito.
Agora com licença que tenho que ir até a farmácia comprar o tal do creme antiinflamatório.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

curta: tá boa?

Último dia de aulas, muitos abraços, beijos e despedidas carinhosas. Todas as professoras nos desejando bom descanso.
Francamente, o que passa na cabeça dessas mulheres? Bom descanso?? Engraçado como nossa idéia de descanso é diferente: na minha cabecinha, descanso é não ter hora para acordar, passar metade do dia na cama, depois almoçar com uma boa taça de vinho tinto e boa conversa. Passar a outra metade do dia em um spa ou cinema e finalmente levar 4 horas jantando entre amigos. 
Na cabeça delas passar o dia to-di-nho pensando em atividades com crianças e executando (em particular nos dias de chuva) malabarismos para passar o tempo-estamos falando de cinco semanas, gente. CINCO!- é descansar. Não canso de repetir, amo de montão a beça Matraca-Trica e Fofoquinha, mas nós também temos que trabalhar, fazer supermercado, queremos um tempinho para namorar ou olhar a grama crescer (sem falar na manicure, visita a consultórios médicos ou dentistas, etc).
Quando as professoras vieram alegremente com a linha "Bom descanso", respondi sem pensar "Tá boa, santa?". Depois de uma breve desculpa, expliquei nosso ponto de vista, o das mães:
Descanso vou ter no dia 3 de Agosto as 13:02 hs. Dia em que eles voltam para a escola, dois minutos depois de deixá-los com suas respectivas "tias" descansadas.